Dólar cai e fica abaixo de R$ 5,70; Ibovespa avança mais de 1% e ultrapassa os 130 mil pontos.
O dólar opera em queda nesta segunda-feira, 17, semana com decisão sobre juros aguardada para a quarta-feira, 19.
3/17/20253 min read


Na tarde de hoje, 17 de março, o dólar apresentava queda de 1,10%, sendo cotado a R$ 5,68.
Registrando um clima de apetite por risco nos mercados de câmbio globais, com investidores buscando moedas de países emergentes, como o real, o rand sul-africano, o peso chileno e o peso mexicano. Esse movimento era impulsionado pela forte alta nos preços do petróleo, gerada pelos temores de um possível confronto entre os Estados Unidos e os houthis do Iêmen no Mar Vermelho, após declarações do secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth.
Hegseth afirmou no fim de semana que os EUA continuarão atacando os houthis até que cessem os ataques contra embarcações, o que levantou preocupações sobre possíveis distúrbios no transporte de petróleo no Oriente Médio. Além disso, as conversas entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, programadas para terça-feira, sobre a guerra na Ucrânia também impulsionaram o apetite por risco.
Outro fator que contribuiu para o movimento foi o otimismo em relação a estímulos econômicos na China, após o governo chinês anunciar novas medidas para estimular o consumo interno no domingo.
De acordo com Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, "a queda generalizada do dólar é observada hoje, tanto em relação às moedas fortes quanto aos emergentes. A notícia positiva vinda da China, que prevê estímulos monetários, sempre contribui."
No cenário doméstico, os dados econômicos também favoreceram a moeda brasileira. O Banco Central divulgou que o IBC-Br, indicador de atividade econômica, teve alta de 0,9% em janeiro, superando as expectativas do mercado, que previam um crescimento de 0,22%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá nesta semana, com grande expectativa de um aumento de 1 ponto percentual na Selic, levando a taxa a 14,25% ao ano, conforme já sinalizado anteriormente. No entanto, a pesquisa Focus indicou que as projeções de crescimento econômico para 2025 foram reduzidas, com a expectativa de alta do PIB para 1,99%.
O Federal Reserve também divulgará sua decisão sobre a política monetária na quarta-feira, e a expectativa é de que os juros sejam mantidos no atual nível, com foco nas novas projeções econômicas.
Investidores seguem atentos a novos desenvolvimentos sobre as tarifas comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump, cujas ameaças têm gerado incertezas nos mercados globais e elevado receios de uma possível recessão nos Estados Unidos.
O Ibovespa iniciou o pregão com viés positivo, flertando com os 129 mil pontos, impulsionado pela valorização das ações da Petrobras, favorecidas pela alta do petróleo no exterior. Já o dólar continuava a recuar, com os investidores acompanhando a valorização das moedas emergentes e processando os dados econômicos positivos do Brasil.
Às 14h07, o Ibovespa subia 1,14%, atingindo 130.813,36 pontos. Analistas do Itaú BBA afirmaram que o índice estava "próximo de retomar uma trajetória altista", destacando que, caso ultrapasse os 129.600 pontos, o caminho estaria aberto para uma possível valorização rumo aos 132.300 e 137.469 pontos.
Na agenda macroeconômica, o IBC-Br de janeiro superou as expectativas do mercado, registrando um crescimento de 0,9% sobre o mês anterior, um dado considerado positivo por economistas da Genial Investimentos, que esperam um ajuste gradual da economia brasileira.
Enquanto isso, Wall Street operava com viés positivo, com o S&P 500 subindo 0,48%, à medida que os investidores contrabalançavam dados econômicos com as novas políticas comerciais dos Estados Unidos.